
O Brasil celebra, nesta quarta-feira (20), o Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, marcando a estreia da data como feriado nacional e mobilizando cidades de norte a sul do país com festivais, rodas de conversa, exposições e homenagens que exaltam a resistência e a cultura afro-brasileira.
Até 2023, o feriado era limitado a alguns estados e cidades, mas, com a sanção da Lei nº 14.759 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro do ano passado, passou a ser reconhecido em todo o território nacional.
Na Serra da Barriga, em União dos Palmares (AL), antiga sede do Quilombo dos Palmares, uma programação especial foi organizada pelos Ministérios da Cultura e da Igualdade Racial, Fundação Palmares e parceiros locais. As atividades incluem apresentações de maracatu, samba de roda, reggae e hip-hop, além de visitas ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, um marco histórico da luta negra no Brasil.
Para complementar a experiência, um aplicativo lançado pela Fundação Palmares permite visitas virtuais ao local e interação com representações de figuras históricas como Zumbi, Dandara e Ganga Zumba.
No Nordeste, a região com a maior concentração de população negra do país, os estados protagonizaram eventos marcantes. Em São Luís, o Festival Zumbi Vive destaca o legado artístico e cultural do povo negro com rodas de capoeira, apresentações musicais e reflexões sobre o combate ao racismo. Já na Bahia, exposições e debates no Recôncavo Baiano celebram a resistência negra.
Outras cidades também realizam ações significativas. Em Recife, a Marcha da Capoeira e o Festival de Cultura Negra devem lotar espaços públicos, enquanto, em Fortaleza, o Festival Afrocearensidades reúne mais de 200 atividades que exaltaram as raízes africanas. Já em Sergipe, o Museu Afro-Brasileiro foi reinaugurado com uma programação que relembra os horrores da escravidão e celebra a força cultural afrodescendente.
O Dia Nacional da Consciência Negra simboliza não apenas um momento de reflexão sobre a história e a identidade do Brasil, mas também um compromisso coletivo com a construção de um futuro mais igualitário e diverso. A celebração em escala nacional destaca a importância de continuar valorizando e preservando o legado cultural do povo negro, fundamental para a formação do país.